Jardins Perfumados para os Cegos
18,50 €
de JANET FRAME
tradução por PAULO FARIA
"As pessoas abominam o silêncio, porque é transparente; como a água límpida, que revela todos os obstáculos – as coisas usadas, os mortos, os afogados –, o silêncio revela as palavras e os pensamentos descartados que atiramos lá para dentro, para lhe turvar a corrente límpida. E, quando fitam o silêncio demasiado perto, as pessoas enfrentam por vezes o próprio reflexo, as próprias sombras ampliadas nas profundezas, e isso assusta‑as."
JARDINS PERFUMADOS PARA OS CEGOS (1963) abre-nos as portas da família Glace – Edward, um pai ausente obcecado por genealogia, e Vera, angustiada com a voluntária mudez da filha Erlene –, revelando-nos a solidão e a incomunicabilidade que a atingem. Fechados em mundos interiores, os três habitam páginas de uma beleza perturbadora sobre a vida fértil da imaginação e a insuficiência de «palavras descartadas, abandonadas como destroços nas ilhas desertas da mente, de onde brotam ervas daninhas e venenosas, fruto do tempo e do uso». Um romance hipnótico e sublinhável ad aeternum, com um final desconcertante, que atesta o esplendor da escrita indomável de Janet Frame.
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